3.3.12

happiness?


Momentos raros de inquebrável felicidade, forte como o aço, frágil como uma pluma. 
São, em lábios rosados e carnudos, concentradas a inocência e a instabilidade da mente humana. E é através deles que o coração se manifesta, quando o seu tamanho não é suficiente para albergar a explosão de energia que ocorre dentro dele. Energia positiva, sim, que um coração mutilado e em sofrimento não entende nem conhece, mas que o faz acreditar que todas as cicatrizes estão curadas. Oh, que inocência, que ingenuidade da sua parte!
Não, coração, não te habitues à felicidade. Aproveita-a enquanto te consome, mas não te agarres a ela, não esperes que ela te acompanhe  em todas as batidas. Sabes como é, sabes como somos: somos fracos, coração, e no entanto tão fortes, mas ambos sabemos que em breve toda a felicidade se voltará a desfazer em pequenas gotas, que me escorrerão pelos meus olhos negros, que me queimarão, de novo, a face. Não quero voltar a ter-te nas mãos, não quero sentir o sangue carregado de pesadelos, não quero ter de voltar a coser os mais pequenos pedaços do teu ser. Não quero voltar a sofrer, nem a fazer-te sofrer, porque não mereces isso, não depois de tudo o que passaste, depois de tudo o que passámos...
Vou ter cuidado, coração. Vou olhar por ti e proteger-te com a minha vida. Só te peço que sejas forte, meu coração, e eu serei também. Aconchega-te aí dentro e não te voltes a abrir. Não voltes a confiar, porque tudo parte, tudo se vai. Limita-te ao que temos e esquece o mundo.
Por ti, por mim, por nós.



3 comentários:

  1. sabes, devias aproveitar e não fechar-te a 7 chaves.

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  2. o texto está perfeito , esta tao sentimental que me envolveu de uma maneira que me consegui ver nas tuas palavras :t , alguma coisa estou aqui princesa :)

    mp ♥

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  3. sim, vale. porque quando te entregas à felicidade é mais difícil saíres dela e é assim que eu penso todos os dias. não penses no futuro, pensa no agora

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