25.8.13

desculpa


A dor voltou aos poucos, com pezinhos de lã para que eu não a ouvisse e, sem eu saber porquê, este sofrer é tão confortável que não tenho a certeza de me querer despedir dele. Sabe a mim, sabe a casa. E de que serve voltar a fugir de algo que me continuará a perseguir? Tenho medo e estou confusa. Estou confusa e tenho medo. Mas isto de nada me serve. Não assim, sem nada a ganhar e ainda menos a perder. Sou invisível como o tempo que nem sabemos se existe. Crescemos e mudamos mas o tempo não passa de relógios. Sou invisível como o ar que nem sabemos se cá está. Respiramos, ao invés de uma catrafoada de gases, amor. Respiramos humanidade e floresta. E eu não respiro por medo de me encantar. Eu não ando por medo de cair nem caio por medo de andar. Porque todos sabemos que eu não aguentaria isso. Prefiro cair apenas quando me atiro num abraço à minha almofada, de rosto sujo de lágrimas negras. Prefiro entregar-me à solidão que há tanto não sinto, ou sinto sem estar realmente só. Talvez seja apenas isso o que eu preciso, entregar-me apenas a mim e à vida que eu levo sem depender de ninguém, mas como o posso fazer? 
Mas, penso para mim mesma, como posso não o fazer, se quanto mais amo menos bate o meu coração?
E, pergunto-me, seria melhor eu deixar de amar, ou ele deixar de bater?

17.8.13

3



Hoje encontrei-te em mim, mais uma vez. Ao invés de virar costas à parte do meu coração que te carrega, abri-lhe os braços. Encontrei-te num histórico perdido e num morcego que sobrevoava, aos oitos, o meu jardim. Infindáveis oitos deitados. Como o infinito que eu desenhava enquanto pensava em ti. Aquele que me tinhas prometido, aquele no qual eu acreditei. Mas contigo veio a necessidade de te esquecer, meu anjo, porque a tua presença em mim está a cavar cicatrizes que nunca vão sarar se eu me contentar com o conforto da tristeza. Quero esquecer-te. Quero querer esquecer-te. Mas custa-me. Mais do que deveria. Ainda não arranjei forma de lidar com a dor que veio com o agora. Agora não faço mais parte da tua vida. Agora o teu coração bate por outro alguém. Agora eu sou eu, e tu és tu, e o "nós" perdeu-se entre o antes e o depois. No agora. Mas se não o aceitar, estarei para sempre presa a um tu que já não existe. Pelo menos não para mim. E dói tanto, saber que a tua Tudo se tornou num Nada. E nas entrelinhas das nossas conversas antigas sente-se uma cumplicidade que me aquece o coração e que, ao mesmo tempo, me gela o corpo, por saber que a perdemos. Mas éramos miúdos. Sempre fui uma miúda quando estava contigo, davas-me a provar aquela alegria pura e incapacidade de guardar rancor típica das crianças. E agora que tenho tantas primaveras como tu tinhas na altura em que nos conhecemos, percebo um pouco do que tu sempre receaste dizer-me, e, em vez disso, afastavas-me. Porquê? Talvez esta tua indiferença por mim já viesse de longe. Ou, talvez, seja apenas uma máscara com a qual cobres o rosto que foi tão meu - e logo eu que fui tão tua.
.

2.8.13

me and her


My dear,
I ended up doing what I didn't want to do
Pursuing my reckless dream that,
One day,
You'll come back to me
Like the black bird 
That misses its home more than words
Can say

But you,
My darling,
Gave me nothing but pain

I wish someone could take it away
 
Do you see the darkness in her eyes
That you used to see in mine?
And do you hold her hand so tight
That you won't lose her sight?
Does your heart bump to your bones
When she smiles at you?
Oh, honey, do you love just as much
As I loved you?

I begged to a God
I don't believe is true
That I'd find a way to forget you
But forgiving is so much easier than forgeting

And if I can't have you
No one else will
I'll find a way,
Oh, sweetie, I'll find a way
To win you back
Someday

Do you see the darkness in her eyes
That you used to see in mine?
And do you hold her hand so tight
That you won't lose her sight?
Does your heart bump to your bones
When she smiles at you?
Oh, honey, do you love just as much
As I loved you?

Oh, sunshine,
I hope you never forget me

Oh, my love,
I hope you never regret me

Do you see the darkness in her eyes
That you used to see in mine?
And do you hold her hand so tight
That you won't lose her sight?
Does your heart bump to your bones
When she smiles at you?
Oh, honey, do you love just as much
As I loved you?

Do you see the darkness in her eyes
That you used to see in mine?
And do you hold her hand so tight
That you won't lose her sight?
Does your heart bump to your bones
When she smiles at you?
Oh, honey, do you love just as much
As I loved you?

 Do you?