17.9.12

nostalgia de teus beijos


Nunca os rastos vincados no meu rosto pelas lágrimas transparente percorrerão metade do caminho que vejo no caramelo de teus olhos. Encontro-me à janela sem saber o que vejo, sombras indistintas cruzam-se-me nos olhos sem que eu dê por isso, porque tudo o que vejo é o meu pedaço de céu, o anjo que não está. Onde te escondeste? Levas uma parte de mim contigo sempre que vais, e voltas sempre, ou, quando não voltas, eu encontro-te. Procuro-te sem fim, meu apaixonado, procuro-te até o sol deixar de brilhar, até o oceano secar e o universo não mais se expandir. Procuro o meu sonho, aquele que cada vez está mais longe, e eu não lhe chego... E quando o apanho? Escorre-me por entre os dedos, como a areia da praia onde me pegaste ao colo, onde escrevemos palavras na areia, palavras doces como compota de morango e chocolates suíssos, onde me fizeste voar e rir, chorar de felicidade por te ter tão perto. Quando te voltarei a ter? Não percebes, tu não vês? Só estou bem quando estou contigo. Quando o mundo perde a cor e pinceladas nos cobrem de felicidade, a mais pura alegria, o sentimento mais belo e escasso que já senti percorrer-me as veias, as veias salientes dos pulsos já sem marcas... 
Tu, que me salvaste mas não ficaste. Eu, que morro de saudades tuas a cada pulsar do coração. Tu, que te foste sem data de regresso. Eu, que espero que o destino me leve de volta a teus braços. Tu, que não estás, tu que sempre lá estiveste e te foste como as folhas de outono limpas pelo vento do norte.
Volta.

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