26.8.12

i miss you (IV)


Onde andas? Vagueias como eu, cabisbaixo, no vazio da ausência, na escuridão da espera? Pensas em mim? Os teus pensamentos foram desorganizados por uma onda violenta, como as que embatiam furiosas, aquelas que observamos entre beijos, sentados, abraçados, nas rochas de Vila do Conde? Sim, naquele dia, lembras-te? Guarda-lo na memória como eu? A dureza das rochas contra a suavidade do teu abraço, a força das ondas contra a doçura dos teus lábios a dançarem com os meus. Guardo as fotos desse dia, que te pedi incansavelmente, tu que nunca gostaste de fotos, eu que sempre as adorei. Preferes o momento, sempre mo disseste, então e agora? O que fazes agora, o que sentes, nesta vida cheia de nada? Estou incompleta sem ti, o meu ser não se conforma com a falta do teu amor, aquele que me preenchia de felicidade enquanto sentia o teu corpo quente contra o meu, na revolta de lençóis. Aquecias-me num dia frio de Inverno, o leite frio na mesa de cabeceira e as migalhas no nosso colo, olhares trocados com doçura, risos que nos faziam engasgar no lanche. Pepitas que saltavam, pingas que voavam, os sorrisos a tornarem-se em gargalhadas, e nós nem sabíamos de que estávamos a rir. Ríamos do mundo, do mundo lá fora, atrás da persiana fechada, a tapar a luz incómoda. Ríamos do mundo que desconhecia o amor de verdade, aquele que vivíamos no momento, que palpitava nos nossos corações.
Onde andas?

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