23.8.12

i miss you (III)


Sozinha e com frio, espero a mesa da cozinha fazer-se vibrar com a mensagem que tanto anseio receber. Sim, sabes qual. A mensagem que prometeste mandar-me, a mensagem que mudaria tudo neste momento, a mensagem que não chega, assim como tu não chegas, assim como o momento em que estarei de novo nos teus braços não chega. E uma saudade avassaladora apodera-se do meu coração como um veneno conhecido: escorre pelas suas paredes, revolve-se no seu interior. Cada batimento empurra o sangue envenenado pelas minhas veias e artérias, fá-lo percorrer todo o meu corpo, chegar ao cérebro, chegar-me à mente. Queima-me as células, corrói-me o ser, arde como um fogo que não se pode ver. A minha cabeça entoa músicas antigas, de quanto te tinha, poesias criadas tendo-te apenas como inspiração.
Não retraio em mim esta saudade de um dia e poucas horas sem ti, mas sinto a saudade dos dias que virão sem poder provar os teus doces lábios, sentir o teu modesto aroma, ouvir a tua apaguizante voz e olhar os teus profundos olhos. Desconheço o tempo que me resta sem ti, o tempo que terei de suportar até voltar a sentir os teus dedos brincalhões na minha cintura, fazendo-me soltar gargalhadas fortes e cheias. Desconheço quanto tempo terei de viver assim, mas viverei todo esse tempo com uma esperança na garganta seca: todos os dias estou mais longe da última vez que te tive, mas mais perto da próxima vez que te terei.

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