22.3.13

170 sóis


Hoje sonhei contigo. Mas isso pouco de novo traz. Tento não pensar em ti mas não posso controlar os meus sonhos e, honestamente, tenho sonhado contigo todas as noites. Vens para me assombrar, sussurras-me palavras doces, mais doces que caramelo, deixas a minha almofada, branca, suja de lágrimas, negras. Adormeço a chorar e choro ao acordar, por não seres real. Por essas tuas palavras, que eram tão minhas, não passarem de miragens longínquas. Por não saber de ti.
Chamaste-me doce e disseste que falaríamos no dia seguinte, mas eu não te queria deixar ir. Estavas desaparecido há tanto tempo que tive medo que não voltasses. Vi-me a batalhar contra as ondas revoltas de um mar gelado e tu não estavas lá para me salvar. Alguma vez estiveste? Andavas sempre tão longe, coração. Precisei de ti. Onde estavas? Onde estás??
Sinto a tua falta. Passou-se quase meio ano e não consigo deixar de a sentir. Da forma como afastavas os meus cabelos dos olhos, da forma como me olhavas, da tua voz e do teu cheiro, tão familiares, mas principalmente sinto a falta de como me abraçavas. Seguravas-me contra ti com todas as tuas forças e ambos depositávamos toda a mágoa naquele abraço. Chorávamos e apertávamo-nos mais, para que as lágrimas não fossem vistas, éramos fortes assim. Agora estou tão fraca. Sinto-me só. O vento ainda não levou a dor que deixaste, coração, e quem me garante que o fará? Não entendo a razão que me deixa tantas saudades de ti, aquele que me quebrou e deixou ao abandono, mas continuo a procurar-te, a atormentar-me com as respostas que não me dás, não estás aqui. 
Onde estás??? Volta. Porra, faz-te homem e aparece, que eu não posso esperar mais. Não posso, mas ao mesmo tempo preciso de ti. Volta.

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