21.11.12

segunda carta que te escrevo


Sinto a tua falta quando não estás, quando não te sinto comigo. Quando me abandona aquela sensação calorosa de ter alguém, ou quase, alguém para que sou uma pétala em vez de um espinho como sempre fui tratada. Estás no orvalho frio destas manhãs de Novembro, nos vidros embaciados do autocarro cheio, na almofada em que acordo, nos bocejos e olhos lacrimejantes daqueles a quem o sono ainda não abandonou. Estás comigo, mas não em mim; seguro-te pela mão, ou és tu que me seguras? És meu? É cedo, eu sei; demasiado, demasiado cedo para me entregar, mas porque não? Fazes tudo parecer tão fácil.
Quero ver-te, quero sentir-te comigo outra vez, quero ter-te perto. Quero que me sorrias e quero ouvir as tuas gargalhadas, ter o teu toque mesmo que por poucos segundos, quero assegurar-me que és real, que isto não é apenas um sonho das noites inacabáveis, quero sentir-me como me fazes sentir, quero provar felicidade de novo, o nervosismo que me invade quando caminhas para mim, e sinto-me derreter, a cair, cada vez mais, neste poço sem fundo.
E quando penso que o feitiço me abandonou, ou não passou de ilusão, aproximas-te devagar e apertas-me contra ti, como tanto me vejo imaginar, como tanto me vejo querer, as tuas mãos nas minhas costas e os teus lábios contra a minha pele, não me magoes, temos tempo, vamos tentar?

3 comentários:

  1. Muito interessante.
    Mas porquê tanta coisa? Vai lá e dá-lhe um beijo que ele derrete-se todinho por ti.
    Btw, és linda >//W//<

    ResponderEliminar