14.10.12

tell me why


Antes de começares a ler, quero deixar claro que vou despir os meus dedos de qualquer tipo de magia que já possuíram, desprovir este texto de palavras caras e bonitas, como sólidos ovais dotados de cores em tons de pastel, fios de ouro e pedras preciosas, porque este sentimento tão negro não merece ser, de forma alguma, chamado de belo.
Escrevo-te, meu amor, porque não consigo mais suportar a dor no meu peito, que cresce a uma velocidade maior que a da própria luz. A dor da dúvida, aquela que me assombra, o não saber, a incerteza, a falta de conhecimento, chama-lhe o que quiseres. A minha alma vibra ao som de canções entoadas com apenas piano, uma nota atrás da outra, uma sinfonia abismante, sequência de sons que estremecem o chão que piso de forma assustadora, ao ritmo de quem não pode ver. Não te posso ver, meu amor, não te sinto comigo, não te tenho aqui e não sei. Onde, quando, como e porquê, são mil e uma perguntas que entoam na minha cabeça, são as notas do piano, palavras e frases, emoções sem nome nem descrição. Não sei se a distância apagará o teu amor por mim ou intensificará a saudade, não sei porque me falas sem o intuito de acabares a conversa, deixas meias-palavras a pairarem num ar sufocante, não sei porque é que vives tão intensamente em mim se não tens intenção de voltar... Não sei porque te foste, o que fizemos de errado, como acabámos assim? Ou talvez até saiba e não queira encarar os factos, feios como monstros de feições deformadas e horrorizantes, mas alguma vez existiram factos numa paixão tão ardente como a nossa?

2 comentários:

  1. Acabei de te encontrar. Que encanto, que magia. Adorei e sigo com muito gosto!

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  2. Seguiste de volta? É bom saber que gostam do que escrevemos.

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