13.5.12

que deus?


Criaturas perdidas, patéticas e miseráveis, procuram uma razão para a sua dispensável existência e choram as mágoas de quem não se importa. Procuram lógica, procuram motivo, e como a vida é nada mais do que um conjunto de coincidências com interligações não especificadas e, bem, estúpidas, procuram o que tanto necessitam no inexplicável. No que não pode ser contrariado por não poder ser afirmado. No invisível, no impercétivel, no inexistente, ou não?
É amor, é raiva, é paz e guerra, é o gelo e o fogo, é o tudo e o nada. 
Criado por meros mortais, escrito por meros mortais, adorado por meros mortais. Por meros mortais nascido e por meros mortais morto, talvez, um dia, quem sabe? Mas por agora vive nos corações de, na sua maioria, ignorantes criaturas que crêm no que lhes foi dito para crer, vêm o que lhes foi dito para ver e sentem o que lhes foi dito para sentir. Ensinadas a pensar por uma linha estreita e reta, é-lhes impossível não lhes passa sequer pela mente - conservada como uma rosa constituída apenas por pétalas num invólucro de cristal - desviar-se do caminho de tijolos azuis e brancos, atirar-se de cabeça para um outro caminho, cair noutra hipótese ou facto depois de incontáveis cambalhotas.
Não, não, porque a sociedade sem escrúpulos e maleada de forma a não questionar os valores inevitáveis a que é submetida.
Questionar, questionar, questionar. Faço-o e continuarei a fazê-lo enquanto este mundo não me decidir dele expulsar.


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