12.5.12

lost inside myself


Caminho apressada por um caminho escuro e estreito enquanto o terrificante Mundo das Sombras me tenta sugar para uma distinta realidade, no entanto, tão próxima. 
Arrasto, com as forças que ainda não me abandonaram (ao contrário de todos os que um dia me prometeram a eternidade) o manto por mim costurado, com a seda das ilusões, o algodão do desespero e a lã - sabem, aquela lã que nos pica a pele, mas nos aquece o corpo? - dos vícios, cozido com uma agulha fina de ponta redonda e fio de açúcar em pó.
Arrasto o peso que carrego com a repulsa que sinto a fazê-lo escorregar das minhas costas. Uma nuvem cobre-me o corpo em que fui presa injustamente.
Eu não pedi este sofrimento constante nem este coração maltratado. Não pedi ser um feto no colo de uma mulher que nunca me quis. Não pedi ser a rapariga que todos odeiam incluindo ela mesma, não pedi nenhuma das cicatrizes no meu corpo enfraquecido. Não, eu não pedi ter nascido. Agora só uma coisa peço e só uma coisa quero, só há uma coisa que busco, o fim, talvez o início, o nada.
Arrasto-me por um mundo que não é o meu e lágrimas cortam-me o rosto. Mais afiadas do que as minhas próprias lágrimas, atormentam-me e aprisionam-me no ser desprezível que sou e nunca deixarei de ser.
E ao chegar ao fim, ao precipício porque tanto lutei, ao fosso sem fundo, ao poço escuro no qual expulsarei do meu organismo o último suspiro de vida... Quando chegar ao fim... Interrogar-me-ei porque razão a idiotice das pessoas é tão acentuada que chegam a inquirir-me se pensaria duas vezes.

5 comentários:

  1. omg, estou chocada.
    tens um talento mesmo, omg...
    fiquei sem palavras.

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  2. eu derreto-me a ler os teus textos, tu tens um dom, aproveita-o porque é raro alguém escrever assim, a sério

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  3. és forte amor :''
    vou estar sempre aqui , sempre , AMO.TE DE VERDADE PRINC ♥

    by : mp

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