25.12.13

useless



Perco-me em textos antigos e percebo o quão parva fui por crer em algo que nunca existiu, mentiras que me contavas sem um porquê, só porque sim, só porque sabias que podias, porque eu não te dizia que não, nunca te disse que não. Tudo o que te dizia era com amor, fruto do que senti por ti, sentimento esse que só tu provocaste, com palavras doces banhadas em mel e ilusão, porque não passaste disso. Tapavas-me os olhos e sussurravas-me ao ouvido, tocavas os meus lábios ao de leve e deixavas-me assim, perdida em ti, mesmo sem cá estares. Porque a tua presença estava em mim e, mesmo agora, quando te tento sacudir, as palavras que me dizias ressoam na minha mente antes de adormecer. E a quantas mais as disseste? Quantas mais vezes proferiste essas palavras ocas, que nada significavam para ti? Quantas mais foram, como eu, nesse teu engano azul e vasto como o oceano que são os teus olhos?
Espero que tenha valido a pena.

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