16.2.13

now you're just somebody that i used to know


Sei que jurei que nunca mais te escrevia.
Estou a tentar. A sério que estou, mas, por mais que tente, continuo a chegar à conclusão de que levaste o melhor de mim. Não consigo escrever. Sempre que tento acabo rodeada de papéis amarrotados e sinto-me uma desistente por quebrar uma promessa que fiz a mim própria. Mas não posso escrever sobre mais nada, e os mais belos poemas foi a ti que te escrevi. Poemas, prosas, versos soltos, cartas, diários, rabiscos e histórias. Não sei se me posso queixar porque tenho plena consciência de que estou feliz - a mágoa é a que me leva a escrever e ultimamente a vontade não é muita - mas faz-me falta. Chamem-me louca, mas faz-me falta. Habituei-me a uma rotina na qual a dor era constante. Habituei-me à dor, era-me familiar, afeiçoei-me a ela. Era a minha casa. E agora, mesmo sem motivo, regresso a ela, e ninguém entende a razão das lágrimas no meu rosto. Nem eu. Mas elas continuam a cair, todas as noites, antes de adormecer, manchando-me a fronha da almofada de rímel. E vem-me o teu nome ao pensamento, e sempre a mesma palavra "amei-te". Repito-a vezes sem conta, tento achar limites para o amor que te entreguei mas continuas tão vivo que não posso esquecer-te. Queima-me a alma, ter-te no pensamento. E, pela lógica, qualquer pessoa concluiría que seria ainda pior ter-te aqui.
Mas, sabes? Tenho saudades tuas.

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