10.12.12

dei-te o melhor de mim


Estou deitada na cama sem poder mexer o corpo que é meu, a minha mente vagueia pelos lugares mais sombrios que tentei enterrar sob areias movediças. As paredes do meu quarto fecham-se sobre mim com palavras pintadas nelas, grandes e pequenas, inconstantes, com tinta preta. Palavras essas que narram uma só história, tu sabes qual, a nossa. A história que levamos mais de dois anos a escrever, tinta da china e pena branca no papel que não sobreviveu às lágrimas derramadas sobre ele. Um momento e tudo regressa, sou envolta em ondas de sentimentos antigos que não me deixaram, não me deixaste. Ainda vives em mim, e preferes deixar-me só na confusão de emoções incompletas, palavras inacabadas, que voltares-me a dirigir a palavra, será mesmo melhor assim? Destroça-me o coração. Como podem duas pessoas amar tanto e tão intensamente, construir muralhas em volta de um sentimento tão grandioso e depois tornarem-se completos estranhos?
Interrogo-me no que farias se passasses por mim na rua. Se os teus olhos voltarem a cruzar os meus, se voltares a sentir o meu aroma, se voltares a vislumbrar a imagem daquela que foi só tua, pele pálida e fria, olhos escuros e lábios secos, o que sentirás? Nada, ou tudo, alguma coisa? Rolar-te-á uma lágrima no rosto ao sentires a perda, ou já perdeste todo e qualquer amor que outrora sentiste por mim? Porque é mais que óbvio que o mesmo não aconteceu comigo.
Não te quero de volta, coração, ou pelo menos tento não te querer. Voltei a amar, mas não te esqueço. Guardo-te em mim como um medalhão banhado a ouro numa caixa em forma de coração.
Porque o primeiro amor nunca se esquece.

5 comentários:

  1. isto pôs me lágrimas nos olhos, está perfeito *.*

    ass: badalhoca

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  2. Ler-te é um prazer, será sempre um prazer. Gosto de te ler porque sublinho a maior parte das linhas que aqui deixas. Faço delas as minhas também, sinto-as no coração. Só te desejo a maior força e que nunca deixes de escrever tudo o que ainda tens para lhe escrever. Escreve até as palavras te faltarem, nesse dia ele morreu no teu coração. Já dizia a MRP, e acho-a tão certa: "É quando já não esperamos nada das pessoas que elas morrem no nosso coração.".

    Força, muita inspiração

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  3. como eu amo tudo o que escreves nês, na verdade, sempre foste uma inspiração para mim!

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  4. Não tens nada que agradecer, princesa inês. Peço-te que nunca deixes de escrever. Beijinhos quentinhos no coração, e obrigada

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  5. és uma fonte de inspiração !
    força princesa !

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