1.11.12

adeus


Admite, sentes a minha falta. Estás só, falta-te um pedaço de coração, a peça que antes encaixava em teu corpo na perfeição perdeu-se - sabes onde ela está, mas não a podes apanhar. Sentes frio e ninguém te aquece, o sofá onde passámos tardes sem fim estendidos parece de súbito demasiado largo. Os teus braço encontram-se em volta de uma almofada fria, no lugar onde antes presenciava um corpo. Tens saudades de nós mas não coragem: não tens mais condições de sofrer. Sei disso, sei como te sentes, porque sinto o mesmo. Penso em ti. Acho que, desde aquele dia, nunca deixei de te ter no pensamento. A tua foto, meia torta, um retrato antigo de nós repousa nas paredes da minha mente, e não sai. Ouço a tua voz, sinto o teu cheiro, mas foste-te. Já não voltas, e se voltasses? Aceitar-te-ia de volta? Sim. Numa batida de coração, num piscar de olhos, mas não posso. 
Por isso, não voltes. Deixa-te estar na paz da solidão, vai passar. O tempo tudo arrasta, menos as memórias. Essas ficam, meu anjo, essas não largo, nunca.
Espero que encontres o que procuras.

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